O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) vai acompanhar as investigações sobre a fuga do major Pedro Silva, no último sábado (6), da Academia da Polícia Militar, no bairro do Trapiche da Barra. Após conseguir sair sem autorização do local, onde estava preso pelo crime de violência doméstica e familiar contra a mulher, o PM se dirigiu para a casa da família da ex-companheira, e assassinou o filho e o ex-cunhado. Ele também morreu após intervenção do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Esse acompanhamento será conduzido pela promotora de Justiça Karla Padilha, titular da 62ª Promotoria de Justiça da capital, com atribuição no Controle Externo da Atividade Policial. “Nós vamos instaurar um procedimento e também acompanhar as investigações que serão realizadas pelas Polícia Civil e Militar. Já estamos pedindo informações à PM, queremos as imagens das câmeras de videomonitoramento do local para poder sabermos quem estava de plantão no dia em que o major fugiu e, ainda, precisamos descobrir quem autorizou e forneceu o aparelho celular que o militar usou para gravar vídeos de dentro da academia. Então, tudo isso vai ser objeto de acompanhamento por parte da Promotoria do Controle Externo. Em paralelo, monitoraremos de perto o trabalho das polícias sobre a fuga do major, responsável pelo assassinato de duas pessoas no último sábado, e que terminou também sendo alvejado pela própria Polícia Militar, vindo a falecer. É necessário que se apure com extremo rigor esse fato para que futuros casos não ocorram, e para além disso, para que se identifique e puna quem foram os responsáveis por essa fuga, que pode ter ocorrido por uma conduta omissiva ou comissiva (comportamento ativo que gera consequências legais, podendo ser intencional). Se ela não tivesse ocorrido, três mortes poderiam ter sido evitadas”, declarou a promotora.
Karla Padilha fez ainda um outro alerta relacionada a tragédia: “Também é preciso que se atente para a necessidade de investimentos da Polícia Militar na saúde mental dos seus policiais. Os fatos são graves e merecem um olhar de preocupação por parte do Ministério Público e do estado”, acrescentou ela.