Cinquenta famílias tiveram a oportunidade de sair da Justiça Federal em Alagoas (JFAL), no último sábado, 29, com um diagnóstico de autismo. O sentimento foi um misto de alegria pelo atendimento e, também, a certeza de que tem início uma longa caminhada para a garantia de seus direitos. O resultado é fruto da II Triagem Diagnóstica de Autismo, promovida pela Comissão de Acessibilidade e Inclusão (CAI) da JFAL. A iniciativa forneceu, gratuitamente, atendimento psicológico, orientação jurídica, emissão de Carteira de Identidade, entre outros serviços, para famílias em busca do diagnóstico.
O presidente da Comissão, juiz federal Felini Wanderley, destacou o caráter benéfico-social que a triagem desempenha. “É com muita alegria que estamos contribuindo com a redução da fila de diagnósticos do TEA, que é muito grande no estado. Muitas famílias ficam 2 anos em fila de espera e isso prejudica na vida e no bem-estar das famílias e das próprias crianças. Aqueles que vão ser avaliados na ação social são pais que não têm condições econômicas de ter esse diagnóstico”, declarou o magistrado.
As famílias receberam todo o suporte psicológico necessário para dar os próximos passos, nos casos de confirmação do diagnóstico. A psicóloga da Seção de Saúde da JFAL, Vilma Janaína Rios Cabral descreveu a importância da preparação familiar antes de receber a notícia do quadro da criança na condição. “As famílias passam pela psicologia, previamente para se preparar. Sabemos que é um momento muito tenso para elas, que pode ser desnorteador. É muito importante um acolhimento e estabilização emocional para que os entes tenham consciência do que vem a seguir”. A psicóloga reforçou ainda o crescente número de casos de pessoas dentro do espectro.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), Vagner Paes, marcou presença no momento. Ele falou a respeito do espectro e elogiou a iniciativa da Justiça Federal. “O evento de hoje é uma grande ação, para muitas famílias é um alento e uma celeridade no diagnóstico. As crianças têm todo o suporte a partir da constatação. Elas já saem daqui com carteira de identidade, cartões da SMTT e assistência jurídica gratuita. Em apenas um dia a JFAL consegue resolver inúmeros problemas e dificuldades e permite que elas possam ter mais conforto e dignidade”, disse Paes.
A coordenadora da clínica, Danyelle Cavalcante, explicou a importância das terapias especializadas com os animais para trazer maior conforto aos mais jovens diagnosticados com TEA. “É importante que a criança tenha momentos de naturalidade, coisas que chamem a atenção delas. Muitas vezes o profissional não consegue atrair as crianças e um animal desperta essa resposta. Esse estímulo ajuda no processo de acalmar e no processo de resposta. O coelhinho chama a atenção a todo movimento e a criança responde melhor ao comando”, explica.
Assessoria JFAL