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Reunião avalia situação dos passeios às piscinas naturais conhecidos como Banho de Lua, em Maceió

Reunião avalia situação dos passeios às piscinas naturais conhecidos como Banho de Lua, em Maceió

Por: Patrick Rocha
21/03/2025 às 09h06 Atualizada em 21/03/2025 às 12h06
Reunião avalia situação dos passeios às piscinas naturais conhecidos como Banho de Lua, em Maceió
Foto: Reprodução

Na manhã de quinta-feira (20), o Ministério Público Federal (MPF) promoveu uma reunião para apurar a situação dos eventos chamados "Banho de Lua", que consistem em passeios às piscinas naturais da Pajuçara e Ponta Verde, em Maceió, realizados com embarcações, iluminação artificial e som alto.

A reunião foi coordenada pelo procurador da República Érico Gomes e contou com a participação da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), da Marinha do Brasil, Universidade Federal de Alagoas (UFAL),  Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), o Município de Maceió – por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) e do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) – e representantes do Conselho Gestor dos Passeios Turísticos nas Orlas Marítima e Lagunar de Maceió/AL.

Durante o encontro, foram debatidos os impactos ambientais e os riscos à segurança dos passeios noturnos. Órgãos ambientais alertaram para o risco à fauna marinha, especialmente aos corais e tartarugas, que enfrentam dificuldades para desova devido à poluição luminosa e sonora. Em relação aos corais, a situação é ainda mais alarmante, estudos acadêmicos apontam que entre 80% e 90% dos corais monitorados em Alagoas já foram comprometidos pelo aquecimento das águas do mar.

Além das questões ambientais, também foram relatados problemas de segurança. O Corpo de Bombeiros destacou que o resgate de vítimas no mar à noite é muito mais difícil do que durante o dia. Houve registros de acidentes e afogamentos, e muitas embarcações não possuem coletes salva-vidas suficientes ou tripulação treinada para situações de emergência.

A regulamentação e fiscalização desses passeios foram apontadas como essenciais. O procurador da República pontuou detalhes da legislação municipal que regula os passeios turísticos e que não está sendo observada. Atualmente, muitas embarcações operam sem credenciamento atualizado junto ao DMTT, por diversos motivos, principalmente porque os responsáveis não realizaram os cursos obrigatórios. Além disso, a falta de um controle efetivo sobre a quantidade de embarcações, horários de funcionamento e condições de segurança foi uma preocupação central na reunião.

"O que está em jogo aqui é especialmente a proteção ambiental, mas também a segurança dos turistas e trabalhadores dessas embarcações. O MPF está atento a essa situação e cobrará medidas efetivas para garantir que os passeios sejam realizados de forma ordenada e em horários adequados, sem comprometer a vida marinha e a integridade dos envolvidos", afirmou o procurador da República Érico Gomes.

Será instaurado procedimento preparatório pelo MPF que também solicitou providências aos órgãos competentes. Entre as medidas em análise estão a suspensão total dos passeios noturnos, a criação de normas emergenciais para regulamentação das atividades e uma fiscalização mais rigorosa sobre o credenciamento das embarcações. Também foi destacada a necessidade de campanhas educativas para conscientizar turistas e operadores sobre os impactos ambientais dos passeios desordenados.

Os órgãos envolvidos têm um prazo de 10 dias para fornecer informações sobre cadastros de embarcações, segurança dos passeios e funcionamento do Conselho Gestor. Após esse período, o MPF avaliará as próximas providências a serem adotadas.

Ascom MPF

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