O Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgou no último mês dados positivos referentes ao faturamento e volume de livros vendidos no Brasil. De janeiro até o início de dezembro de 2022 foram vendidos 52,84 milhões de livros, uma variação positiva em 2,64% em comparação ao ano anterior. O faturamento de 2022 totalizou R$ 2,27 bilhões, sendo também superior a 2021 (R$ 2,11 bilhões).
Se o número de vendas está crescendo, pode ser sinal de que os leitores estão retomando o costume de ler ou que mais gente vem tendo acesso à leitura. A pedagoga Carollini Graciani, explica que há diversas formas de estimular este hábito, especialmente nos públicos infantil e adolescente.
“Muita gente pensa que o incentivo à leitura deve começar quando uma criança inicia a alfabetização, mas na verdade isso pode começar quando o bebê está na barriga da mãe. Enquanto ela faz um carinho na barriga, vai lendo uma história para criar mais conexão com seu filho”, diz Carollini.
A professora do curso de Pedagogia da Estácio acrescenta que, após o nascimento do bebê, essa dinâmica deve ter continuidade com livros específicos para esta fase, que são cheios de estímulos sensoriais, cores e texturas. O mercado oferece diversas possibilidades para esta faixa etária, como livros de plástico que podem ser levados ao banho ou de tecido, promovendo a experimentação literária desde cedo.
“O mais importante no processo de incentivo à leitura é a família ler junto com a criança e, claro, dar o exemplo. Uma criança que vê um pai ou uma mãe lendo um jornal, um livro ou uma revista, vai achar interessante e querer copiá-los, pois eles seguem o exemplo. Não adianta só dizer para ela que ela tem que gostar ou que tem que ler. E os livros são ótimos também para as famílias iniciarem assuntos que desejam conversar com os filhos, como preconceito e bullying”.
Ter um espaço especial na estante ou uma caixa de guardar livros onde a criança possa acessar na hora que quiser são algumas dicas de Carollini para o incentivo ao gosto pelas obras literárias. E criar um ambiente propício para os momentos de leitura de crianças em casa não é difícil, segundo a pedagoga: pode ser na mesinha de estudos, ou estender um tapete no chão e espalhar almofadas, desde que seja o mais confortável possível para os pequenos leitores.
“E podemos mostrar para as crianças que ler fora de casa também é possível. Depois de um passeio no shopping, sentar-se com na praça de alimentação para uma leitura rápida e divertida; ou ler em um parque ou uma área de lazer pode ser muito divertido”.
Segundo a professora, para os adolescentes também é importante ter um cantinho aconchegante para a leitura e, principalmente, a presença dos pais, pois nessa idade muitos jovens não conseguem externalizar a saudade que sentem da família no dia a dia, criando assim um momento de conexão.
“Além de estimular a imaginação, a leitura pode ser um presente. É legal nesta idade tirar um dia para acompanhar o filho em uma livraria e escolher um livro para lerem juntos em casa. Nesta fase, a leitura vai ajudar muito no estímulo à interpretação de texto, habilidade que esse indivíduo precisará para a vida inteira”, destaca Carollini.
Outra dica da pedagoga para as famílias com adolescentes é incentivá-los a adquirir livros, que muitas vezes têm custo baixo, e que abordam temas importantes para esta idade, como depressão e ansiedade.
“Os adolescentes não sabem entender alguns sentimentos típicos desta faixa etária e muitas vezes não sabem como abordá-los em conversas com os pais. Este tipo de livro pode ajudá-los a trazer informações para esta compreensão e estimular o diálogo sobre o assunto”, diz a professora.
Assessoria