Funcionários da linha de produção ficarão 10 dias afastados das atividades da fábrica do ABC Paulista

Uma nova parada de produção nas linhas da Volkswagen Anchieta está programada. Na unidade instalada em São Bernardo do Campo (SP) são produzidos os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro. A razão é a mesma que levou a companhia a promover paradas ao longo do ano passado: falta de semicondutores.
A previsão é de que a Volkswagen conceda férias coletivas aos funcionários da produção por 10 dias, a partir de 23 de fevereiro. À reportagem, o sindicato local dos metalúrgicos informou que a representação dos trabalhadores da unidade já foi avisada pela montadora a respeito.
O sindicato informou que a fabricante ainda não protocolou o pedido de férias, nem informou quantos funcionários ficarão em casa durante os 10 dias. Automotive Business apurou que a VW também avisou parte dos fornecedores a respeito da medida que deverá adotar.
Falta de semicondutores persiste não só na Volkswagen
Nos últimos meses, interlocutores da indústria relatarem que o abastecimento de componentes está atualmente melhor do que nos períodos mais críticos dos últimos três pandêmicos anos. Medidas de férias coletivas como a projetada pela Volkswagen, entretanto, mostram que as coisas não são bem assim.
A própria Anfavea, que representa as fabricantes instaladas no país, reconheceu em dezembro que o desabastecimento do componente deverá afetar a produção das montadoras até meados de 2024. Já em janeiro, houve paradas pontuais de produção em outras fabricantes de veículos do ABC Paulista, informou o sindicato.
O cenário, inclusive, poderá refletir nas projeções feitas pela entidade para a produção de veículos do ano, as quais indicam crescimento de 4% sobre o volume produzido no ano passado.
Escassez de chips já tirou 250 mil veículos das linhas de produção
No ano passado, a falta de semicondutores no mercado ceifou o equivalente a dois meses de produção das montadoras, que deixaram de fabricar cerca de 250 mil veículos até dezembro.
Sem produção local do componente, as empresas recorrem ao mercado externo. A importação dos chips em 2022 chegou a representar 10% do total importado pelo país no período, com as companhias do setor automotivo local desembolsando R$ 1,5 bilhão no processo.
O valor, segundo as estimativas do setor automotivo, poderá aumentar considerando a evolução dos veículos em termos de tecnologia. Se no passado recente cada automóvel demandava 300 unidades de chips, hoje em dia o número gira em torno de 2 mil unidades.
Agência Automotive Business