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Maceió, 25 de fevereiro de 2025

A voz Fm - 87,9

Mulher que tentou matar a mãe envenenada é condenada a mais de 16 anos de prisão

Foto: Ascom MPAL

Um júri comovente, com testemunhas apenas de acusação, e todas parentes da ré que, friamente, confessou a tentativa de homicídio contra a própria mãe, Silvana Ferreira. Mesmo assim, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) usou seu tempo para desmanchar o sentimento de arrependimento que Suzana Ferreira da Silva, 27 anos, tentou demonstrar ao ser interrogada reforçando que ela foi covarde e premeditou a ação criminosa.

O promotor de Justiça pediu a condenação por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, além da premeditação. O Conselho de Sentença acatou as qualificadoras e ela teve pena de 16 anos e quatro meses de reclusão. O crime ocorreu em abril de 2021, em Maceió.

Para o Ministério Público seria inconcebível admitir que a ré não havia tido a intenção de matar a mãe diante de todos os depoimentos, do laudo médico, e da sua própria confissão.

“A mãe pecou por amar a filha, por protegê-la, mais ainda por acreditar que todo cuidado tido por ela e por seus dois netos, filhos da ré, pudesse ser retribuído também com amor. Mas nós estivemos diante de uma pessoa fria que premeditou a morte da mãe, percebeu que seria fácil matá-la misturando veneno ao açaí porque era um lanche que já tinha o costume de oferecer. Ela pesquisou na internet como matar uma pessoa sem deixar vestígios, a própria irmã disse isso em depoimento, deixou a mãe em cima de uma cama sem esboçar um movimento sequer, uma mulher que era professora, que ia à academia, hoje se alimenta por sonda, não mexe nem os olhos. Além de covarde, é mentirosa, tentou denegrir a imagem da mãe para atenuar seu ato criminoso. E, por tanta perversidade, ela precisava ser punida pela Justiça da terra porque a do céu, certamente, será mais severa”, afirma o promotor.

O esposo da vítima, Manoel Pereira, disse em depoimento que não tem coragem de olhar para Suzana e que ela deixou de ser filha dele há muito tempo, desde a morte do segundo filho quando desconfiou que ela era a responsável. A irmã dele chorou ao prestar depoimento afirmando que não tem mais coragem de olhar para a cunhada diante do quadro de debilitação em que se encontra. Ela esteve na UPA acompanhando Silvana no dia do ocorrido e também foi para o Hospital Geral do Estado, no entanto, ainda na UPA, afirmou, o médico teria dito que ela não saísse de lá “pois era caso de polícia, mesmo sem fornecer detalhes”.

“Eu pensei a vida toda que os meus filhos cuidariam de mim na velhice, hoje me encontro cuidando da minha filha, vou todos os dias dar banho nela. Lá fico conversando com ela, porque acredito que ela esteja me ouvindo e digo: minha filha estou aqui diga pelo menos mãe pra eu ficar feliz, nunca mais eu ouvi você me chamando assim”, disse dona Maria José, mãe de Silvana Ferreira, aos prantos. Ela disse que onde moravam todos gostavam da sua filha e que era tão queria pelos alunos que antes das 7h eles já apareciam na casa dela.

A defensora Heloísa Silveira se dirigiu ao Conselho de Sentença apenas para explicar o papel da Defensoria Pública e afirmando que, neste caso, concordava com o posicionamento do Ministério Público e diante dos fatos, provas e da confissão, não teria como pedir absolvição da sua cliente.

Ascom MPAL
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