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Maceió, 25 de novembro de 2024

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Famílias ajudam a manter a cultura de Coruripe viva

Foto: Ascom Coruripe

Dona Maria Padeiro é oficialmente, desde 2006, Patrimônio Vivo do Estado de Alagoas. E em Barreiras, ela reina. Chegar em sua casa é fácil, todos a conhecem e sabem ensinar onde a veterana mora. E um dos principais motivos da fama é a sua importante contribuição à cultura do município, há mais de 50 anos.

O sobrenome artístico de Maria José dos Santos é por causa do seu falecido marido, que era padeiro. Mas ela é conhecida mesmo pelo grupo Baianas Praieiras, que fundou e lidera, desde a década de 60. O grupo é formado por dançadoras que, com vestes convencionais de baianas, dançam e fazem evoluções ao som de instrumentos de percussão.

Em tempos normais, antes da pandemia, as apresentações aconteciam durante todo o ano, porém o folguedo tem uma representatividade folclórica mais atuante no mês de janeiro, especificamente no dia 20, data da festa de São Sebastião, padroeiro de Barreiras.

Dona Maria Padeiro começou a dançar baianas por volta dos seus 20 anos e, também, outros ritmos, como pastoril e caboclinha. Seu pai dançava coco de roda e foi ele que a incentivou nas danças. Aos 75 anos, é a mais velha do grupo atualmente, que se renova ao longo dos anos. “Morreu uma parte das meninas que dançavam e aí tem que chegar gente nova”, explica.

O Baianas Praieiras é constituído por 12 integrantes, sendo 10 dançadoras e dois tocadores. Segundo sua fundadora, não tem restrição de idade e a mais nova tem “entre 25 e 28 anos, por aí”.  Uma das integrantes é a sua filha, Betânia dos Santos, que ajuda a mãe na coordenação do grupo.

Betânia herdou o gene da cultura do avô, da mãe e passou adiante para a filha, também engajada e comprometida com as tradições de Coruripe. Além do Baianas, ela comanda uma quadrilha junina chamada Os Pestinhas, que já existe há 26 anos. Formou ainda o grupo de xaxado Asa Branca, criado em 2006.

“Gosto de trabalhar com cultura. Está no sangue, né? E não é por dinheiro, pois não recebo nada por isso. Faço por livre e espontânea vontade e muitas vezes gasto até do meu bolso pela vontade de ver a quadrilha junina se apresentado, o xaxado… Em época de São João mesmo, que é a minha preferida, enfeito a casa, faço fogueira, danço pela casa. Faço questão de manter as tradições e de ajudar a manter a cultura do meu município viva”, afirmou.

Sua filha Juliana dos Santos, neta de dona Maria Padeiro, segue os mesmos passos e montou o grupo Baianas Mirins. Professora de educação física da rede municipal de ensino, começou a desenvolver um projeto de dança com as crianças.

Assim como o grupo original, o Baianas Mirins também tem 12 integrantes e já se apresentou nas escolas do município, praças e demais eventos que aparecem. “É a nossa família dando continuidade e renovando as tradições. E isso, para mim, é motivo de muito orgulho”, refletiu Betânia.

Ascom Coruripe

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