A Imprensa Oficial Graciliano Ramos, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), realiza lançamento de 16 livros de autores alagoanos, nesta segunda-feira (20), às 19h, no Arquivo Público de Alagoas. O evento, gratuito, contará com sessão de autógrafos, coquetel e apresentação musical.
“Será uma noite de celebração para a Literatura alagoana. Uma noite para prestigiar nossos parceiros, mas, sobretudo, para homenagear os talentos da nossa terra”, afirma Maurício Bugarim, diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.
No evento cultural, serão apresentadas dez obras acadêmicas, selecionadas a partir de editais públicos promovidos pela Edufal, publicados com recursos financeiros da Fapeal e impressos pela gráfica e editora do Governo de Alagoas. Além disso, serão lançadas seis obras literárias de autores da Imprensa Oficial Graciliano Ramos que foram contemplados por editais recentes realizados pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com recursos da Lei Aldir Blanc.
“Desde 2015, a Fapeal assumiu o compromisso com a produção acadêmica e científica como parte da política pública de incentivo à ciência. Foram várias as ações, desde o apoio às sucessivas Bienais Internacionais do Livro ao lançamento de editais para fomentar publicações de livros e periódicos, bem como o estabelecimento de uma profícua parceria com as editoras universitárias e a Imprensa Oficial Graciliano Ramos. O maior resultado disso é ter chegado a esse momento com o lançamento de mais dez obras, que se somam aos mais de 140 títulos que ganharam vida e, hoje, circulam por livrarias, universidades, faculdades e chegam às mãos de leitores e especialistas de Alagoas e de todo o País”, ressalta Fábio Guedes Gomes, diretor-presidente da Fapeal.
Alguns dos melhores escritores contemporâneos de Alagoas marcam presença na noite de autógrafos, com obras consagradas pelos concorridos editais promovidos pela Secult, com recursos da Lei Aldir Blanc. São eles: Sérgio Prado Moura, autor de O Matador Antônio Assumpção; Luciano José, autor de Jacinto Silva – As Canções; Adalberto Souza, autor de Da amplidão das Sombras Alheias ou Outras Histórias de Amores Suspeitos; Claudemir Calixto, autor de A Tarde Caindo; Alexsandro Alves, autor de (Dê) Lírios Intranquilos; e Wado, autor de Caderno de Anotações.
Depois do sucesso de Apuê (2015), Sérgio Prado Moura traz um novo livro de contos que promete tirar o fôlego dos fãs de suas narrativas misteriosas. Trata-se de O Matador Antônio Assumpção. A obra reúne 10 histórias que versam sobre a vida, a morte, o tempo, a busca e a loucura. “São histórias despretensiosas, escritas antes deste terremoto pandêmico que vivemos. Narrativas semelhantes àquelas que a gente escutava ao redor da fogueira, quando ainda se escutavam histórias à beira do fogo”, revela o escritor.
Já o escritor Luciano José, autor de seis obras poéticas, entre elas Horrores, publicado pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, em 2015, e Minuídos, produção independente, lançada este ano, está trazendo uma nova edição de Jacinto Silva – As Canções, um título que se encontrava esgotado desde 2017, mas que continuava sendo muito procurado pelos leitores. Além do novo projeto gráfico, este estudo aprofundado sobre a discografia do cantor e compositor palmeirense ganhou dois ensaios inéditos, textos de crítica especializada e novas informações colhidas pelo autor.
“Revisar, agregar novos conhecimentos, evitar equívocos foram os motivos que me levaram a fazer essa terceira edição quase definitiva. Este projeto literário reúne as composições de Jacinto Silva, conjugadas a comentários e a uma cronologia que demarca sua carreira. No entanto, na presente edição, o leitor encontrará também um apanhado de todo seu repertório, classificado em diferentes gêneros e subgêneros”, explica Luciano José.
Da amplidão das sombras alheias ou outras histórias de amores suspeitos é a mais recente obra do poeta Adalberto Souza. Neste livro, o escritor nos brinda com uma salutar união entre música e poesia que transita entre música erudita e a mais completa expressão da música popular. Com ousadia, Souza mescla Mozart e Odair José, Madonna e Nora Nei, fazendo dessa mistura o casamento ideal para seus versos.
“Nesta nova obra poética brota sempre a pessoa humana no seu limiar de exasperação ou passividade, polos opostos. São as pessoas acossadas pelas paixões, pelas desilusões amorosas violentas, são os amantes atormentados pelo rancor. É a personagem solitária que perde os passos que deixou na areia. São os desenganados das coisas de Cupido. Mas percebe-se que, no fundo, são criaturas esperançosas de que uma relação amorosa termine num final feliz, final que nunca chega, nem no fim do último poema deste livro”, descreve o autor.
A Tarde Caindo, livro de estreia de Claudemir Calixto, busca provocar a reflexão sobre as idiossincrasias da vida. Discorre sobre acontecimentos ordinários que, por momentos, escondem aspectos extraordinários e existenciais. Para o autor, em seus versos, um acontecimento pode ser uma mensagem, às vezes irônica ou provocativa do ato de viver.
“O texto entoa verbos em todos os tempos. É que a tarde passa despercebida, assim como as pessoas em si mesmas, porque elas são o tempo em curso, enquanto elemento e energia – eletricidade. Sendo mais fácil nos compreendermos como centro do mundo, ficamos desatentos a essas partículas da vida. Mas o senhor de tudo mesmo é o tempo. Isso pode ser esperado do livro, dito de modo sutil, simples, e, talvez, de modo profundo”, diz Calixto, acrescentando que a temática de A Tarde Caindo aborda também sentimentos de nostalgia e de impermanência. “Um texto existencial que expressa dores plurais provocadas pela existência”, define.
Premiado pela segunda vez, o livro Caderno de Anotações, de autoria do cantor e compositor Wado, chega no evento com uma tiragem especial financiada pela Lei Aldir Blanc. O artista de múltiplos talentos, encerra 2021 com dois outros projetos de peso: a exposição individual Nuvem, em cartaz até 13 de janeiro de 2022, no Museu da Imagem e do Som (Misa), e o álbum visual Wado Acústico (Depois do Fim), disponível em todas as plataformas de streaming e no canal do YouTube pelo selo LAB 344.
Selecionado pelo edital de Obras Literárias promovido pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, em 2018, Caderno de Anotações reúne frases e reflexões aleatórias de Wado, revelando o fluxo de pensamento do autor e alguns dos insights que resultaram em diversas canções que fazem parte de sua obra musical. Sua prosa poética é marcada pelo humor e ironia que permeiam suas composições, trazendo à tona mais uma vertente criativa do autor.
Outra obra literária que também conquistou reconhecimento pela Lei Aldir Blanc é o livro de poesias (Dê) Lírios Intranquilos, de Alexsandro Alves., aprovado pelo edital da Imprensa Oficial Graciliano Ramos de 2017. Nesta coletânea visceral, a lírica do jovem autor discorre sobre tudo aquilo que desacomoda e, por vezes, causa desassossego: o amor, a morte e a realidade sociopolítica. Sem medo de ser excessivo, Alexsandro Alves expõe, em seus versos, sua fúria e indignação contra as injustiças e contra as dores inevitáveis do existir.
Agência Alagoas